segunda-feira, 8 de julho de 2013

3. Ponto de Vista: O Nó do Afeto

(por Sirley Pinho)




    Em uma reunião de pais, numa escola da periferia, a diretora ressaltava o apoio que os pais devem dar aos filhos. Pedia lhes também, que fizessem presentes o máximo de tempo possível.

    Ela entendia que, embora a maioria dos pais e mães daquela comunidade trabalhasse fora, deveriam achar um tempinho para se dedicar a entender as crianças. Mas a diretora ficou muito surpresa quando um pai se levantou e explicou, com seu jeito humilde, que ele não tinha tempo de falar com o filho, nem de vê-lo durante a semana.
  Quando ele saía para trabalhar, era muito cedo e o filho ainda estava dormindo. Quando ele voltava do serviço era muito tarde e o garoto não estava mais acordado.
            Explicou, ainda, que tinha de trabalhar assim para prover o sustento da família. Mas ele contou, também, que isso o deixava angustiado por não ter tempo para o filho a que tentava se redimir indo beijá-lo todas as noites quando chegava em casa.
            E, para que o filho soubesse da sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria.
            Isso acontecia, religiosamente, todas as noites quando ia beijá-lo. Quando o filho acordava e via o nó, sabia, através dele, que o pai tinha estado ali e o havia beijado. O nó era o meio de comunicação entre eles.
            A diretora ficou emocionada com aquela historia singela e emocionante. E ficou surpresa quando constatou que o filho desse pai era um dos melhores alunos da escola.
            O fato nos faz refletir sobre as muitas maneiras de um pai ou uma mãe se fazerem presentes, de se comunicarem com o filho.
            Aquele pai encontrou a sua, simples, mas eficiente. E o mais importante é que o filho percebia, através do nó afetivo, o que o pai lhe estava  dizendo. Por vezes, nos importamos tanto com a forma de dizer as coisas e esquecemos o principal, que é a comunicação através do sentimento. Simples gestos como um beijo a um nó na ponta do lençol, valiam, para aquele filho, muito mais que presentes ou desculpas vazias.
            É valido que nos preocupemos com nossos filhos, mas é importante que eles saibam, que eles sintam isso. Para que haja a comunicação, é preciso que os filhos “ouçam” a linguagem do nosso coração, pois em matéria de afeto, os sentimentos sempre falam mais alto que as palavras.

            É por essa razão que um beijo, revestido do mais puro afeto, cura a dor de cabeça, o arranhão no joelho, o ciúme do bebê que roubou o colo, o medo do escuro. A criança pode não entender o significado de muitas palavras, mas sabe registrar um gesto de amor. Mesmo que esse gesto seja apenas um nó. Um nó cheio de afeto e carinho.
            E você...já deu algum nó no lençol de seu filho, hoje?


Autor: desconhecido. Texto extraído de um folheto da escola Irmã Catarina. Publicado no Portal da Família em 01/03/2003.

2 comentários:

  1. Maravilhosa a lição em preciosas palavras. Adorei a maneira que a conclusão foi dada, naturalmente, com afeto, como o nó encontrado no lençol.
    Parabéns.
    Sálvio Sérgio

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    1. Nem fale Sérgio... Lembro-me que no semestre passado, o meu professor pediu que analisássemos alguns textos e a Sirley Pinho ( uma colega de classe e grande amiga ), levou este.
      Quando criei esse blogue, pedi que me repassasse para compartilhá-lo aqui... Esse texto é uma verdadeira lição de vida!

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